segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

NOSSO ADEUS À NILTON SANTOS - A ENCICLOPÉDIA DO FUTEBOL MUNDIAL

NILTON SANTOS:  Nílton dos Santos, mais conhecido como Nílton Santos (Rio de Janeiro, 16 de maio de 1925 — Rio de Janeiro, 27 de novembro de 2013) foi um futebolista brasileiro que atuava como lateral-esquerdo. Em 2000, foi eleito pela FIFA como o melhor lateral-esquerdo de todos os tempos.1
Integrou o plantel da seleção brasileira nos campeonatos mundiais de 195019541958 e 1962, tendo sido bicampeão nas duas últimas.
Foi chamado de "A Enciclopédia" por causa dos conhecimentos sobre o futebol e por ser completo como jogador, foi o precursor em arriscar subidas ao ataque através da lateral do campo. Revolucionou a posição de lateral-esquerdo, utilizando-se de sua versatilidade ao defender e atacar, inclusive marcando gols, numa época do futebol que apenas tinha a função defensiva.
                 Nilton Santos e Garrincha             Nilton na seleção brasileira               Nilton no Botafogo
                                             Nilton Santos e Pelé                                       Nilton santos e Rildo
     
                                      Nilton Santos e Júnior                                            Djalma Santos e Nilton 
                                     Nilton Santos e Adalberto                                    Didi e Nilton Santos
     
                      Osvaldo (em pé)- Gérson e Nilton Santos                     Zagallo e Nilton Santos
 
                           Louco Abreu e Nilton Santos                                   Joel Santana e Nilton Santos
   
                 Nilton Santos - Garrincha - Didi e Zagallo                        Nilton Santos - Orlando e Gilmar  
              Gerson - Baliza - Arati - Juvenal e Nilton Santos     Zagallo - Nilton Santos - Carlos Alberto e Bebeto
  Seleção Brasileira - Campeã Mundial de Futebol em 1958 - Na Suécia.
Em pé: Vicente Feola (técnico) - Djalma Santos - Zito - Belline - Nilton Santos - Orlando e Gilmar
agachados: Garrincha - Didi - Pelé - Vavá - Zagallo e Paulo Amaral (massagista)

NILTON SANTOS:  Imbuídos por um nobre sentimento - sua paixão pelo Botafogo do Rio e fã do imortal Nilton Santos, o economista e aposentado feirense Gustavo Carvalho da Silva "Tatai", recebeu a iluminação divina e teve a ideia brilhante de viajar para o Rio de Janeiro, levando ao seu lado, seu filho Godofredo Neto, para entrevistar Nilton Santos - "A enciclopédia do futebol". Esse encontro foi realizado em 12.09.2013 (veja a foto no final) e por ironia do destino, Nilton Santos, veio a falecer em 27.11.2013. Foi uma entrevista que pode ser considerada, uma relíquia para todos nós - botafoguenses e demais desportistas brasileiros!  ASA.
Nilton Santos homenagem feirense - "A Enciclopédia do Futebol" o melhor lateral esquerdo do mundo de todos os tempos Nilton Santos foi visitado por um feirense botafoguense apaixonado, assim como ele e um ex craque de futebol Gustavo Carvalho da Silva. Dessa visita ao Rio de Janeiro Tatai produziu uma excelente matéria, mostrando como vive aos 88 anos de idade, o maior ídolo do time da "Estrela Solitária", de brilho para uns, até mesmo superior ao atacante Garrincha, outro extraordinário jogador. Veja esta excelente reportagem de Tatai.
SEÇÃO: VARIEDADES
A HOMENAGEM. O São Paulo Futebol Clube, agremiação esportiva presidida por Willy Mendes
(vascaíno de quatro costados) e que disputa o campeonato feirense de amadores, através do seu ex-ponta esquerda TATAI prestou homenageou ao grande artista da bola Nilton Santos mediante entrega de camisa estampada e alusiva à alcunha “Enciclopédia de Futebol”, atribuída ao saudoso narrador da Rádio Globo, Waldir Amaral e frase do mais festejado cronista esportivo brasileiro Armando Nogueira, tendo em vista a consagração pela maioria dos cronistas esportivos do ex-craque de bola do Botafogo como o maior lateral esquerdo do futebol mundial, sendo incluído no ano 2000 na seleta “Seleção de Todos os Tempos da Fifa”.
A ele também foi entregue uma camisa, referente a preservação ambiental da fauna do Projeto Tamar, na Praia do Forte, Mata de São João, Bahia.
VIAGEM AO RIO DE JANEIRO:  Conta-nos Tatai.
Passando alguns dias na Cidade Maravilhosa, aproveitei a oportunidade e fui visitar o grande craque, ora internado na casa de repouso, situada na Estrada da Gávea, nº 151, Rio de Janeiro, local onde recebe tratamento médico para o “Mal de Alzheimer”, doença que o acomete desde o ano de 2007, conforme informação da sua atual cuidadora. Viajei no dia 11 de setembro pela TAM juntamente com meu filho Godofredo Neto. Logo que desembarcamos no Aeroporto do Galeão e antes de irmos até a Clínica da Gávea, fiz contato telefônico com sua sobrinha, Luciana informando de minha chegada e solicitando sua autorização para visitá-lo. Na manhã do dia seguinte, fomos à clínica e nos apresentamos às funcionárias da recepção, onde fomos educadamente recebidos e encaminhados ao pátio para contato com Nilton Santos. Aguardei alguns minutos para ter o prazer de estar frente á frente com essa  lenda viva do futebol do Brasil, do Mundo, do Botafogo de Heleno de Freitas, Manga, Didi, Garrincha, Quarentinha, Gerson, Amarildo, Jairzinho, Paulo Cezar Caju, Marinho Chagas e tantos outros não menos famosos O dia em que conheci a lenda Nilton Santos “a enciclopédia do futebol”
ENCONTRO COM O ÍDOLO
A expectativa e a emoção tomaram conta de mim no local de recepção, construído com piso em grama sintética como um pequeno campo de futebol, denominado “Espaço Nilton Santos” em sua homenagem e onde os idosos tomam o sol pela manhã. Cada minuto era uma eternidade. O coração batia forte e apressadamente. A emoção tomava conta de mim. De repente, meus olhos brilharam intensamente quando, em determinado corredor da Clínica, vi Nilton Santos, amparado por sua cuidadora, andando devagar e se dirigindo até o local de nosso encontro, reservado aos internos e residentes para recepcionarem suas visitas, amigos e parentes. Sentado ao lado do maior lateral de todos os tempos, descobri que Nilton Santos não era uma lenda – e sim realidade. Sofrendo do mal de Alzheimer, “A enciclopédia do Futebol” falou o necessário. A primeira impressão é que Nilton Santos, apesar da idade (88 anos) e o mal que o acomete, encontra-se bem cuidado. Afinal, trata-se de Casa de Repouso e Clínica Médica de primeiro mundo. Ao contrário que muitos pensam, entende tudo que falamos, responde e emite opinião sobre nossas indagações de forma terna e educada. Tive conhecimento, ainda, que o Botafogo paga a mensalidade de aproximadamente R$20 mil para mantê-lo dentro dos melhores padrões que se possa oferecer a um cidadão na terceira idade.O assunto, como não podia deixar de ser, foi o futebol. Inicialmente, falei da satisfação de vê-lo jogar no antigo Estádio da Fonte Nova em partida amistosa e comemorativa aniversário do “Mais Querido” Ipiranga da Bahia, cujo resultado foi Ipiranga 5 x 3 Bahia, com gol de Nilton Santos que já tinha deixado o futebol profissional desde 1964. Não obstante, naquela ocasião fez uma partida memorável, sendo aplaudido de pé pela torcida presente. Em duas jogadas de efeito e de rara beleza técnica, mostrou a classe, a elegância e a frieza dos grandes craques nos momentos mais críticos e agudos. Na primeira, após um cruzamento alto oriundo da ponta direita do “Esquadrão de Aço”, eis que surge imponente aquela figura alta, delgada, elegante e com maestria, mata a bola no peito dentro da pequena área e a coloca no bico da chuteira, jogando-a por cima de três atacantes tricolores que o assediava. A segunda, foi quando o veloz ponta esquerda Biriba tentou fazer uma jogada de efeito jogando a pelota por debaixo das pernas do grande defensor. Contudo, seu intento não logrou êxito, eis que o “Mestre”, antevendo a jogada, corta a trajetória da bola de “letra” para o lado contrário do seu adversário deixando-o atônico e sem saber onde a pelota se escondeu. O que se viu foi a torcida, inclusive a do Bahia, presente ao Estádio da Fonte Nova aplaudindo de pé o grande defensor por estas e outras jogadas no curso da partida. Nesse momento, pude notar que a alcunha de “A Enciclopédia do Futebol” era verdadeiramente justificável e cabia-lhe muito bem. Só e somente ele, Nilton Santos, poderia ostentá-la face incomparável desenvoltura, maestria e destreza, dentro ou fora das quatro linhas. O merecimento e ostentação desta menção foi confirmada por Júnior, festejado lateral esquerdo do Flamengo e da Seleção Brasileira, ao afirmar: “Nílton Santos foi chamado de ‘A Enciclopédia’. Se, um dia, eu chegar a Dicionário, já me darei por muito feliz.” Nesta inesquecível peleja de 15 setembro de 1968, jogou a seu lado o excelente quarto-zagueiro do Botafogo, Ipiranga e Leônico de nome Luiz Antônio que em testemunho publicado no link “QUE FIM LEVOU? Fez a seguinte declaração: “O Nilton proporcionou uma alegria única.Sua simplicidade e humildade marcaram para sempre a minha vida". Antes de o jogo começar, ele parou de conceder entrevistas a uma multidão de repórteres para ouvir a preleção do treinador Pequeno. Claro que o técnico disse a ele que não precisava agir dessa forma, mas não adiantou. Até da tradicional corrente dos jogadores antes de entrar em campo ele participou”. E, em resenharia e papo de boleiro, disse-me: “TATAI, minha maior glória como jogador profissional foi ter a honra jogar ao lado de Nilton Santos, guardo como carinho e devoção minha foto ao lado desse monstro sagrado do futebol mundial”. Relatei este fato a Nilton Santos e ele humildemente, se pronunciou : ¨muito obrigado, dê um grande abraço nele”. Durante nosso encontro, colhi algumas informações sobre o a vida e o cotidiano do craque. Segundo a enfermeira que esteve conosco, na porta da suíte de Nilton Santos na confortável clínica de repouso na Gávea, um afago – “aqui mora um botafoguense feliz” – e uma ameaça - entre, mas não fale mal do Botafogo”.Tudo é preto e branco – a toalha, o sofá, a bandeja, as almofadas, os pôsteres nas paredes… Ela conta também que tem dias que Nilton Santos acorda com pressa, pedindo o uniforme do Botafogo. “Vamos, enfermeira, não posso me atrasar para o treino”. Às vezes não tem argumento que o convença, e ele não sossega enquanto não veste a bermuda e a camisa do Botafogo e, fazendo da enfermeira seu goleiro, começa a chutar a bola em direção da mesma. Em nossa conversa fiz algumas perguntas, entre as quais: Nilton, você que jogou com ambos, quem foi melhor em campo, Garrinhaou Pelé?. Ele, na sua peculiar franqueza e honestidade, respondeu: “Os dois foram os melhores, insuperáveis em suas respectivas posições. O futebol jamais produzirá dois gênios iguais aos mesmos.” Falei, também, com Nilton Santos do comentário de Nestor Rossi- maestro da seleção argentina - em um amistoso na cidade do México: Botafogo x River Plate, chamou o lateral esquerdo do River e o aconselhou: Quer melhorar teu futebol? Então faz o seguinte: “Aquele ali é o Nilton Santos, beque esquerdo como você. Vai lá perto, disfarça e passa a mão na perna dele. Só isso. Passa a mão que naqueles pés está o futebol de todos os beques do mundo”. E, Nilton Santos respondeu à época: “Rossi se esqueceu de dizer que eu sempre joguei junto com Garricha. Contra ele, só no primeiro treino no Botafogo. Pedi que o contratasse. Graças a Deus, fui atendido”. Ele, Nilton, balançando a cabeça confirmou o fato e sua resposta e, num gesto de felicidade, sorriu! Outro episódio marcante em nosso encontro,foi quando fiz menção à frase do saudoso cronista esportivo Armando Nogueira que, em repente de extrema lucidez, extravasava sua veia poética para demonstrar sua admiração pelo esporte e por seus ídolos. Algumas de suas frases inspiradas se tornaram antológicas, imortalizando a si e ao homenageado, entre as quais: “Tu, em campo, parecias tantos, e no entanto, que encanto! Eras um só, Nilton Santos”. Este relato o deixou bastante emocionado e seus olhos lacrimejaram. E no final dessa manhã inesquecível de 12 de setembro deste ano, disse a ele, Nilton Santos, da nossa felicidade e agradecimento por vê-lo pessoalmente. E, ele, também agradecido com nossa presença, bateu a mão esquerda na minha perna, dizendo: “fique mais um pouco”. Prontamente, atendi sua solicitação mais até que uma intimação, uma ordem e fiquei por mais meia hora até chegar o horário do almoço.Deixei a clínica na Gávea por volta das 11h:50min com um misto de felicidade e tristeza, orgulho e lamentação. Garrincha foi o maior ídolo do Botafogo. Mas ninguém foi e é tão fiel, tão comprometido, tão Botafogo como Nilton Santos. Em 17 anos de carreira conquistou 42 títulos com o Botafogo e a seleção brasileira, e nunca perdeu uma final. Nós, botafoguenses e brasileiros, também nunca vamos te perder, Nilton. Você ficará eternamente em nossas lembranças e corações. Sua estrela solitária brilhará para todo o sempre no firmamento e nada apagará o seu e os nossos sorrisos. Obrigado, Nilton!
Observação: Um agradecimento muito especial a Luciana Andrade, sobrinha e tutora do Nilton, que autorizou nossa visita, proporcionando a mim e ao meu filho Godofredo Neto esse momento inesquecível.
(Texto de Gustavo Carvalho da Silva "Tatai")
Feira de Santana-Ba, sexta-feira, 18 de outubro de 2013 FOLHA DO NORTE.
Godofredo Navarro da Silva Neto - Nilton Santos e Gustavo Carvalho da Silva "Tatai"
Entrevista histórica, realizada em 12.09.2013, Na clínica de repouso
situada na Estrada da Gávea, 151 - Rio de Janeiro-Rio.
Salvador-Bahia-Brasil: Segunda-feira, 16.12.2013 - 16.58 horas - Alberto Sampaio - blog do
Painho

5 comentários:

  1. O texto foi redigido por mim,Gustavo Carvalho da Silva (TATAI). O jornal "Folha do Norte" errou. Contudo, Deixei passar em branco, eis que Godofredo Navarro Filho é meu irmão.Não teria muito importância o autor da reportagem.
    Fico grato pela publicação desta do artigo/reportagem com o imortal futebolista NILTON SANTOS, o qual estará desfilando sua elegância e maestria no domínio da pelota em campos celestiais para alegria da imensa plateia.

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    1. Caro Tatai. Peço-lhe acompanhar as retificações procedidas referente a postagem sobre Nilton Santos. Pelo seu comentário, dar a entender que quem viajou até o Rio de Janeiro foram seu irmão Godofredo Navarro Filho e seu sobrinho Godofredo Neto, Peço-lhe confirmação. Painho.

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  2. Quem viajou para Rio foi eu TATAI (GUSTAVO CARVALHO DA SILVA) e meu filho, GODO NETO (GODOFREDO NAVARRO DA SILVA NETO). Também não sou jornalista....apenas fiz esta reportagem........Sou economista, ora aposentado.
    Na foto está, GODO NETO(GODOFREDO NAVARRO DA SILVA NETO), NILTON SANTOS e TATAI (GUSTAVO CARVALHO DA SILVA.

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    1. Iluminado Tatai, Você realizou juntamente com seu filho Godo Neto, talvez, uma de sua maior e melhor entrevista. Que tal se você continuar com essa dádiva divina e entrevistar Baiaco em São Francisco do Conde?, Aqui vai minha sugestão: Amadeu, Beijoca, Douglas (cidade de Barretos - está no Facebook) Maílson (está doente) Osmar, Osni, ou até mesmo Raimundinho - Dino do Santos (veja no face a postagem que publiquei em sua homenagem, Foi campeão pelo Panelinha,- categoria Diamante da Asbac-2013 e recebeu a BOLA DE OURO como o melhor jogador do campeonato, Você é economista, mas leva jeito de jornalista! Painho.

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  3. Obrigado, Painho. Suas palavras são muito generosas e soam como uma bálsamo!. Nunca pensei em escrever artigos sobre esporte ou personalidades esportivas de destaque. Creio que DEUS me iluminou naquele instante que estava escrevendo sobre minha estadia e encontro com NILTON SANTOS. Na verdade, foi um momento de rara inspiração, eis que não detenho o traquejo e/ou veia jornalistica para esse desiderato.

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