terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

AS MELHORES CANTORAS DO BRASIL - ARACI DE ALMEIDA

ARACI DE ALMEIDA: (19.08.1914 + 20.06.1988)- Araci foi a maior e a mais fiel intérprete de Noel Rosa - "O poeta da Vila"  Durante anos foi jurada no programa  Silvio Santos, que certa vez, emocinou-se, ao prestar-lhe uma homenagem, quando Araci de Almeida ganhou o "Troféu Imprensa" -1987 Sendo  a
votada pelo juri, vencendo nada menos que Elker Maravilha e Sergio Malando. Durante o tempo em que foi jurada no "Programa Silvio Santos" ,  apesar de suas críticas aos calouros  (sempre visando a melhoria de qualidade dos mesmos)  ajudou a alavancar a audiência do progrma.

ARACI DE ALMEIDA - NO  "SHOW DE CALOUROS"


Biografia:


Araci Teles de Almeida nasceu em 19 de agosto de 1914. Foi criada no subúrbio carioca do Encantado numa grande família evangélica; o pai, Baltazar Teles de Almeida, era chefe de trens da Central do Brasil e a mãe, dona Hermogênea, dona de casa. Tinha apenas irmãos homens.

Estudou num colégio no bairro do Engenho de Dentro, onde foi colega do radialista Alziro Zarur, passando depois para o Colégio Nacional, no Méier. Araci costumava cantar hinos religiosos na Igreja Batista e, escondida dos pais, cantava também em terreiros de macumba e no bloco carnavalesco “Somos de pouco falar”. “Mas isso não rendia dinheirim”, como Aracy dizia.

Mais tarde, conheceu Custódio Mesquita, por intermédio de um amigo. Cantou para ele Bom-dia, Meu Amor (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano), conseguindo entrar a Rádio Educadora (depois Tamoio), em 1933. Ali mesmo, conheceu Noel Rosa e aceitou o convite, que ele lhe fez, para “tomar umas cervejas cascatinhas na Taberna da Glória”. Desde este dia, o acompanhou todas as noites.

No ano seguinte, gravou para o Carnaval seu primeiro disco, pela Columbia, com a música Em plena folia (Julieta de Oliveira). Em 1935, assinou seu primeiro contrato com a Rádio Cruzeiro do Sul e gravou Seu Riso de Criança, composição de Noel Rosa, de quem se tornaria a principal intérprete.

Transferindo-se para a Victor, participou do coro de diversas gravações e lançou, ainda em 1935, como solista, Triste cuíca (Noel Rosa e Hervé Cordovil), Cansei de pedir, Amor de parceria (ambas de Noel Rosa) e Tenho uma rival (Valfrido Silva). A partir de então, tornou-se conhecida como intérprete de sambas e músicas carnavalescas, tendo sido apelidada por César Ladeira de "O Samba em Pessoa". Trabalhou na Rádio Philips com Sílvio Caldas, no Programa Casé; na Cajuti, Mayrink Veiga e Ipanema, excursionando com Carmen Miranda pelo Rio Grande do Sul.

Em 1936 foi para a Rádio Tupi e gravou com sucesso duas músicas de Noel Rosa: "Palpite infeliz" e O X do problema. Em 1937 atuou na Rádio Nacional e destacou-se com os sambas Tenha pena de mim (Ciro de Sousa e Babau), Eu sei sofrer (Noel Rosa e Vadico) e "Último desejo", de Noel Rosa, que faleceu nesse ano.

Gravou, em 1938, Século do Progresso (Noel Rosa) e Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico), e, em 1939, lançou em disco Chorei quando o Dia Clareou (Davi Nasser e Nelson Teixeira) e Camisa amarela (Ari Barroso). Para o Carnaval de 1940, gravou a marcha O Passarinho do relógio (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira) e, no ano seguinte, O Passo do canguru (dos mesmos autores).

Em 1942, lançou o samba Fez Bobagem (Assis Valente), Caramuru (B.Toledo, Santos Rodrigues e Alfeu Pinto), Tem galinha no bonde e A Mulher do leiteiro (ambas de Milton de Oliveira e Haroldo Lobo). Fez sucesso no Carnaval de 1948 com Não me Diga Adeus (Paquito, Luis Soberano e João Cerreia da Silva) e, em 1949, gravou João ninguém (Noel Rosa) e Filosofia (Noel Rosa e André Filho).

Entre 1948 e 1952, trabalhou na boate carioca Vogue, sempre cantando o repertório de Noel Rosa; graças ao sucesso de suas interpretações nessa temporada, lançou pela Continental dois álbuns de 78 rpm com músicas desse compositor: o primeiro deles, lançado em setembro de 1950, continha Conversa de botequim (com Vadico), Feitiço da Vila (com Vadico), O X do problema, Palpite infeliz, Não tem tradução e Último desejo; no segundo, lançado em março de 1951, interpretou Pra que mentir (com Vadico), Silêncio de um minuto, Feitio de Oração (com Vadico), Três apitos, Com que roupa e O Orvalho Vem Caindo (com Kid Pepe).

Foi, ao lado de Carmen Miranda, a maior cantora de sambas dos anos 30. Depois de atuar com sucesso na boate Vogue em Copacabana na década de 40, entre 1950 e 1951, gravou dois álbuns dedicado a Noel Rosa, que seriam responsáveis pela reavaliação da obra do poeta da Vila.

Mudou-se para São Paulo em 1950, e lá viveu durante 12 anos. Em 1955, trabalhou no filme “Carnaval em lá maior”, de Ademar Gonzaga, e lançou, pela Continental, um LP de dez polegadas só com músicas de Noel Rosa, no qual foi acompanhada pela orquestra de Vadico, cantando, entre outras, São Coisas Nossas, Fita Amarela e as composições inéditas Meu Barracão, Cor de Cinza, Voltaste e A Melhor do Planeta (com Almirante).

Três anos depois, lançou pela Polydor o LP Samba em pessoa. Em 1962 a RCA, reaproveitando velhas matrizes, editou o disco Chave de ouro. Em 1964, gravou com a dupla Tonico e Tinoco, o cateretê, Tô chegando agora (Mário Vieira) e apresentou-se com Sérgio Porto e Billy Blanco na boate Zum-Zum no Rio de Janeiro.

Em 1965, fez vários shows no Rio de Janeiro: “Samba pede passagem”, no Teatro Opinião; “Conversa de botequim”, dirigido por Miele e Boscoli, no Crepúsculo; e um espetáculo na boate Le Club, com o cantor Murilo de Almeida. No ano seguinte, a Elenco lançava o disco Samba é Aracy de Almeida. Com o cômico Pagano Sobrinho, fez “É proibido colocar cartazes”, um programa de calouros da TV Record, de São Paulo, em 1968. No ano seguinte, a dupla apresentou-se na boate paulistana Canto Terzo. Ainda em 1969, fez o show “Que maravilha!”, no Teatro Cacilda Becker em São Paulo, ao lado de Jorge Ben, Toquinho e Paulinho da Viola.

Depois disso, com a entrada da bossa nova, os intérpretes de samba já não eram tão solicitados. Aracy trabalhou em vários programas de TV: Programa do Bolinha; na TV Tupi, com Mário Montalvão; na TV Globo, com A Buzina do Chacrinha; no Programa Sílvio Santos; programas na TVE; Programa da Pepita Rodrigues , na TV Manchete;

Programa do Perlingeiro, na TV Excelsior; no Almoço com as estrelas, com Airton Perlingeiro, entre outros.

Em 1988, Aracy teve um edema pulmonar. No início, ficou internada em São Paulo, retornando ao Rio de Janeiro para o hospital da SEMEG, na Tijuca. Sílvio Santos a ajudou financeiramente na época em que esteve doente e lhe telefonava todos os dias, às 18 horas, para saber como ela estava.

Depois de dois meses em coma, voltou à lucidez por dois dias, e, num súbito aumento de pressão arterial, faleceu no dia 20 de junho de 1988, aos 74 anos. Seu corpo foi velado no teatro João Caetano, onde havia sido seu último show, com Albino Pinheiro. Um carro do Corpo de Bombeiros levou seu caixão pelas ruas do Rio de Janeiro, passando por Copacabana, Glória, Lapa ,Vila Isabel, Méier, Encantado - lugares que Aracy havia freqüentado.



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