sexta-feira, 26 de agosto de 2011

AS MELHORES CANTORAS DO BRASIL - ELIZETH CARDOSO

Elizeth Cardoso: Elizete Noreira Cardoso, Rio de Janeiro 16.07.1920 e Rio de Janeiro 07.05.1990. (69 anos)

Elizeth Cardoso
Informação geral
Nome completoElizeth Moreira Cardoso
ApelidoA Divina
Nascimento16 de julho de 1920
Rio de Janeiro, RJ
Brasil
Data de morte7 de maio de 1990 (69 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Brasil
GênerosChoro
Samba-canção
Bossa nova
Instrumentosvocal
Extensão vocalContralto
Período em atividade1936 - 1990
Elizeth Cardoso (Rio de Janeiro, 16 de julho de 19207 de maio de 1990) foi uma cantora brasileira. Conhecida como A Divina, Elizeth é considerada uma das maiores intérpretes da música brasileira e um das mais talentosas cantoras de todos os tempos, reverenciada pelo público e pela crítica.

Biografia

Elizeth Moreira Cardoso nasceu na rua Ceará, no subúrbio de São Francisco Xavier, e cantava desde pequena pelos bairros da Zona Norte carioca, cobrando ingresso (10 tostões) das outras crianças para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino. O pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar.

Primeira apresentação

Desde cedo precisou trabalhar e, entre 1930 e 1935, foi balconista, funcionária de uma fábrica de saponáceos e cabeleireira, até que o talento foi descoberto aos dezesseis anos, quando comemorava o aniversário. Foi então convidada para um teste na Rádio Guanabara, pelo chorão Jacob do Bandolim.
Apesar da oposição inicial do pai, apresentou-se em 1936 no Programa Suburbano, ao lado de Vicente Celestino, Araci de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte foi contratada para um programa semanal na rádio.
Casou-se no fim de 1939 com Ari Valdez, mas o casamento durou pouco. Trabalhou em boates como taxi-girl, atividade que exerceria por muito tempo.
Em 1941, tornou-se crooner de orquestras, chegando a ser uma das atrações do Dancing Avenida, que deixou em 1945, quando se mudou para São Paulo para cantar no Salão Verde e para apresentar-se na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa Pescando Humoristas.

Compositora: Dolores Duran
ELIZETH CARDOSO - "A NOITE DO MEU BEM"

Compositores: Tom Jobim e Vinicius de Moraes
ELIZETH CARDOSO - "EU NÃO EXISTO SEM VOCÊ" 

Estilo

Além do choro, Elizeth consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção (surgido na década de 1930), ao lado de Maysa, Nora Ney, Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo ou fossa. O samba canção antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 1950, 1957). Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo e da melancolia.
Elizeth migrou do choro para o samba-canção e deste para a bossa nova gravando em 1958 o LP Canção do Amor Demais,[1] considerado axial para a inauguração deste movimento, surgido em 1957. O antológico LP trazia ainda, também da autoria de Vinícius de Moraes e Tom Jobim,  Chega de Saudade,  Luciana, As Praias Desertas e Outra Vez. A melodia ao fundo foi composta com a participação de um jovem baiano que tocava o violão de maneira original, inédita: o jovem João Gilberto.

Composição de: Tom Jobim e Vinícius de Moraes
ELIZETH CARDOSO - "CHEGA DE SAUDADE"

Anos 1960

Em 1960, gravou jingle para a campanha vice-presidencial de João Goulart.[2] Nos anos 1960 apresentou o programa de televisão Bossaudade (TV Record, Canal 7, São Paulo). Em 1968 apresentou-se num espetáculo que foi considerado o ápice da carreira, com Jacob do Bandolim, Época de Ouro e Zimbo Trio, no Teatro João Caetano, em benefício do Museu da Imagem e do Som (MIS) (Rio de Janeiro). Considerado um encontro histórico da música popular brasileira, no qual foram ovacionados pela platéia; long-plays (Lps) foram lançados em edição limitada pelo MIS. Em abril de 1965 conquistou o segundo lugar na estréia do I Festival de Música Popular Brasileira (TV Record) interpretando Valsa do amor que não vem (Baden Powell e Vinícius de Moraes); o primeiro lugar foi da novata Elis Regina, com Arrastão. Serviu também de influência para vários cantores que viriam depois, sendo uma das principais a cantora Maysa.

Compositores: Baden Powell e Vinícius de Moraes
BADEN POWELL E ELIZETE CARDOSO
Música:  "Apelo"

Compositor: João Nogueira
ELIZETH CARDOSO E JOÃO NOGUEIRA
Música: "Mulata Faceira"

Apelidos
Teve vários apelidos como A Noiva do Samba-Canção, Lady do Samba, Machado de Assis da Seresta, Mulata Maior, A Magnífica (apelido dado por Mister Eco) e a Enluarada (por Hermínio Bello de Carvalho). Nenhum desses títulos, porém, se iguala ao que foi consagrado por Haroldo Costa –- A Divina -- que a marcou para o público e para o meio artístico.
Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México.
Elizeth Cardoso morreu aos 69 anos, vítima de câncer.

Discografia

Álbuns de estúdio e compilações

  • (1955) Canções à Meia Luz
  • (1956) Fim de Noite
  • (1957) Noturno
  • (1958) Retrato da Noite
  • (1958) Canção do Amor Demais
  • (1958) Naturalmente
  • (1959) Magnífica
  • (1960) Sax Voz
  • (1960) A Meiga Elizeth
  • (1961) Sax Voz nº 2
  • (1962) A Meiga Elizeth nº 2
  • (1963) A Meiga Elizeth nº 3
  • (1963) Elizeth Interpreta Vinícius
  • (1963) A Meiga Elizeth nº 4
  • (1963) Elizeth Canta Seus Maiores Sucessos
  • (1963) Grandes Momentos com Elizeth Cardoso
  • (1964) A Meiga Elizeth nº 5
  • (1965) Quatrocentos anos de samba
  • (1965) Elizeth sobe o morro
  • (1966) Muito Elizeth
  • (1966) A bossa eterna de Elizeth e Cyro – Elizeth Cardoso e Cyro Monteiro
  • (1967) A enluarada Elizeth
  • (1968) Ao vivo no Teatro João Caetano - Elizeth Cardoso, Zimbo Trio e Jacob do Bandolim - Vol. I e II
  • (1968) Momento de Amor
  • (1969) Elizeth e Zimbo Trio na Sucata
  • (1970) Elizeth no Bola Preta com a Banda do Sodré
  • (1970) Falou e disse
  • (1970) É de manhã - Elizeth Cardoso e Zimbo Trio
  • (1970) Elizeth, a exclusiva
  • (1970) A bossa eterna de Elizeth e Ciro - Nº 2 - Elizeth Cardoso e Cyro Monteiro
  • (1971) Elizeth Cardoso
  • (1971) Elizeth Cardoso - Disco de ouro
  • (1971) Elizeth Cardoso e Silvio Caldas
  • (1971) Elizeth Cardoso e Silvio Caldas - Vol. II
  • (1972) Preciso Aprender A Ser Só  
Compositores: Tom Jobim e Vinícius de Moraes
ELIZETH CARDOSO - CANTA O SUCESSO
"Preciso aprender a ser só"

  • (1972) Elizeth Cardoso
  • (1974) Edição histórica - VOL. 3
  • (1974) Elizeth / Feito em Casa
  • (1974) Mulata Maior
  • (1975) Bossaudade - A bossa eterna
Compositores: Tom Jobim e Vinícius de Moraes

ELIZETH CARDOSO - CANTA O SUCESSO
"Se todos fossem iguais a você"

  • (1975) Elizeth Cardoso
  • (1976) Elizeth Cardoso
  • (1977) Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim, Zimbo Trio e Época de Ouro
  • (1978) A Cantadeira do Amor
  • (1978) Live in Japan
  • (1979) O Inverno do meu Tempo
  • (1980) Elizeth Cardoso nº 1
  • (1980) Elizeth Cardoso nº 2
  • (1980) Elizeth Cardoso nº 3
  • (1981) Elizethíssima
  • (1982) Outra vez Elizeth
  • (1982) Recital
  • (1983) Elizeth - Uma rosa para Pixinguinha
  • (1984) Leva meu Samba - Elizeth Cardoso e Ataulfo Júnior
  • (1986) Luz e Esplendor
  • (1989) Elizeth Cardoso
  • (1989) Elizeth Cardoso - Jacob do Bandolim - Zimbo Trio e Conj. Época de Ouro
  • (1991) Todo Sentimento
  • (1991)  Ary Barroso .
    No vídeo abaixo: Elizeth Cardoso canta um pupurri "Recado" de Paulinho da Viola - "Sei lá Mangueira" de Hermínio Bello e Paulinho da Viola e "Foi um rio que passou na minha voda" de Paulinho da Viola. 
    
    Compositores: Hermínio Bello
    e Paulinho da Viola.
    ELIZETH CARDOSO - 'RECADO" - 'SEI LÁ MANGUEIRA'
    E "FOI UM RIO QUE PASSOU EM MINHA VIDA"


Bibliografia

  • ALBIN, Ricardo Cravo. MPB - A História de um século. Rio de Janeiro: Funarte, 1998.
  • ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB - A História de nossa música popular de sua origem até hoje. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
  • AZEVEDO, M. A. de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
  • CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso - Uma vida. Rio de Janeiro. Lumiar, 1994.
  • CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário biográfico da música popular. Rio de Janeiro; Edição do autor, 1965.
  • EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1982.
  • MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
  • PAVAN, Alexandre. Timoneiro, perfil biográfico de Hermínio Bello de Carvalho. Ed. Casa da Palavra. [1]
  • SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Vol 1. São Paulo: Editora 34, 1997.
  • VASCONCELOS, Ary. Panorama da música popular brasileira. Rio de Janeiro: Martins, 1965.

Notas e referências

  1. Capa do Lp e comentário
  2. [http://veja.abril.com.br/blog/caca-ao-voto/tag/udn/ " Dos sonhos de JK às vassouras de Jânio"]. Veja. 2 de setembro de 2010.

Ver também

Ligações externas

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